Retrospectiva e o assédio na Alesp

Tem uma coisa que aconteceu esse ano. Como todos sabem, a pandemia mudou nossas rotinas.

No primeiro semestre, aconteceram conflitos entre os colegas. Por exemplo, como os professores entraram em trabalho remoto e a escola ficou funcionando somente com a equipe administrativa, então tivemos que adaptar nossas rotinas.

Acontece que sempre quando temos que adaptar para algo novo, não vemos essa situação como algo prazeroso. A princípio não queremos mudar a rotina que já conhecíamos, mas a COVID-19 mostrou ao mundo, que uma mudança é necessária.

Os professores começaram a dar aulas remotamente, através de transmissões simultâneas de audio e video, em uma rotina de trabalho que ficou conhecido, como home-office.

O que ficou muito difícil, a princípio, foi conciliar a rotina da equipe administrativa com a rotina da gestão escolar. Pois, a equipe administrativa trabalha com atendimento ao público, e especialmente no primeiro semestre a demanda por informações pela comunidade foi alta. Afinal, a última vez que enfrentamos um período de pandemia, foi no século XIX, com a pandemia da gripe espanhola. Logo, houve alguns desentendimentos, mas nada que uma boa conciliação para solucionar o problema.

A geração da década de 90, em regra, nunca imaginou passar por um período de pandemia. Então, quando isso aconteceu, pegou o mundo de surpresa.

Então até nos adaptarmos, muitos constrangimentos aconteceram, inclusive algumas tentativas de assédio que, se não ficarmos atentos, acontece automaticamente com a rotina.

No dia 17/12/2020, aconteceu um caso de importunação sexual na assembléia legislativa de São Paulo, com a Deputada Isa Penna (PSOL). A situação foi a seguinte: a Isa Penna foi tirar dúvida sobre o debate do orçamento estadual, quando o Fernando Cury abraçou a Isa, sem necessidade. Só pelo hábito insconsciente de abraçar as mulheres.

E depois, ele ainda sustentou oralmente na sessão que não tinha feito nada demais, que ele abraçou a Isa como abraçaria qualquer outra colega de trabalho. Aí eu fiquei pensando: e quem disse que no trabalho, você tem que abraçar todas as mulheres que trabalham com você?

Se é uma coisa que sempre detestei, foi quando começei a trabalhar, e os homens vinham me abraçando e/ou cumprimentando com um meio abraço, ou abraço total mesmo (os mais atirados).

Eu não abraço e nem cumprimento com beijinho no rosto ninguém no trabalho. Acho isso muito deselegante, e já disse para todos essa minha crença.

As vezes, sinto que as pessoas ficam sem entender, pois se todos fazem, para que criar “caso” com uma “besteira” dessa?

Mas aí eu fico pensando, é uma besteirinha atrás da outra, que no final, nos leva a praticar tantas situações chatas, que é melhor cortar o mal pela raíz, e acabar com tudo.

Evitar o assédio é um trabalho contínuo. As pessoas só te respeitarão quando você mostrar claramente onde é o seu limite.