Tabelamento dos juros: medida positiva ou populista?
Limitação dos juros do cartão e do cheque especial, a 20% ao ano.
Se estamos em uma situação de recessão econômica, qual o sentido de manter as taxas bancárias elevadas? Não está tendo trabalho, e os cidadãos estão tendo que sobreviver com o auxílio do governo, qual é o sentido de manter essas taxas altas durante esse período da pandemia?
Os países democráticos estão construindo políticas públicas visando o bem-estar dos cidadãos. Entretanto, como o cidadão vai ter uma vida digna, se é obrigado por esse sistema financeiro, a se endividar com o banco, e depois, não consegue pagar as altas taxas bancárias, porque não está tendo emprego para todos?
Do que adianta, os empresários e os acionistas fazerem “greve” no judiciário querendo voltar ao trabalho, mas o povo está sem dinheiro. Quem vai impor dinheiro na economia? Não seria o Estado?
Porque toda vez que a economia quebra, porque o Estado tem que dar dinheiro para os empresários e acionistas, sob o título deles contratarem pessoas, sendo que as atividades dessas pessoas jurídicas, tem como resultado, a destruição do meio ambiente.
O cidadão é forçado a participar desse mercado de consumo selvagem, onde o importante é estar sempre comprando.
A administração pública “da” dinheiro para os empresários e acionistas, mas, quando essa mesma administração pública vem cobrar de suas responsabilidades civis, as pessoas jurídicas respondem que o Estado não pode interferir no direito privado.
Ué, se o Estado não pode interferir no direito privado, porque quando ocorre recessão econômica, eles fazem “greve” na porta do judiciário, implorando por ajuda?
Se o empresário/acionista assume o risco do seu negócio, então viva o Estado liberal, eles não amam o liberalismo?
Porque a conta é simples, se você deve ao banco, seu poder aquisitivo diminui, e o poder aquisitivo do monopólio bancário aumenta. É essa proporção indireta que move a sociedade desde que ocorreu o êxodo rural.
Referência:
1. https://www.youtube.com/watch?v=JfHo9m6hhnA&t=1007s
3. Empresário de São José dos Campos-SP pedindo para trabalhar nesse período de pandemia. Revista Urbanova. https://www.instagram.com/p/CDWijItDmpH/?utm_source=ig_web_copy_link
3 Comentários
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Já viu algum estudo mostrando a decomposição do spread bancário? A maior parte do spread é custo de inadimplência. Só ela compõe mais de 50% do spread. Tributação direta entra com mais de 15% dessa conta. Lucro fica na casa dos 23%.
E o articulista acredita mesmo que vai conseguir reduzir juros na canetada?
O que vai acontecer é que os bancos serão bem mais criteriosos na concessão de crédito, negando empréstimos para todos os que possuam escore baixo ou que não tenham boas profissões. Ou seja, vai diminuir a base de crédito no mercado.
Logo, além de não ajudar os mais vulneráveis, vai prejudicá-los mais ainda. Porque se agora tem a opção de recorrer a empréstimos para sobreviver, depois ele não vai ter a quem recorrer.
Por isso é importante entender os motivos de existir juros altos. Facilitar os meios de recuperação de crédito, ter uma tributação melhor, criar meios para atrair novos bancos (o Brasil é dominado por cinco grandes bancos) e parar com essas idéias heterodoxas baseadas em bobagens progressistas, essas sim seriam medidas positivas. continuar lendo
"se é obrigado por esse sistema financeiro, a se endividar com o banco"
-> Com essa frase fico imaginando um funcionário do banco indo à casa das pessoas e obrigando-as a pegar empréstimo. Oras, a população é endividada por NÃO ter uma educação financeira e viver sempre no limite do salário. Sim, sei que o brasileiro ganha pouco, o problema está em gastar mal, ou alguém me explica que lógica tem comprar um imóvel e pagar outros 2 em juros? Pior, comprar carro financiado em 5 anos.
"Porque toda vez que a economia quebra, porque o Estado tem que dar dinheiro para os empresários e acionistas, sob o título deles contratarem pessoas, sendo que as atividades dessas pessoas jurídicas, tem como resultado, a destruição do meio ambiente."
-> Aí depende de algumas coisas. No geral o governo NÃO salva empresas, basta ver a quantidade de empresas mundo a fora que quebraram e o Estado não fez nada. Mas algumas o Estado precisa sim ajudar, não pela empresa, não por amor ao proprietário, mas pela economia. Algumas empresas são muito grande e quando vão mal das pernas não são os funcionários dela que vão para a rua, mas uma cadeia produtiva inteira é afetada e muito mais pessoas vão para a rua. A saber, esse dinheiro não é dado do nada, é um EMPRÉSTIMO. Sobre a questão da destruição do meio ambiente, não entendi o que quis dizer, pois o Estado NÃO pode ajudar empresas que não existem e as que existem, funcionam dentro das Leis, no caso, ambientais. Se as pessoas tiverem preocupação ambiental, basta parar de consumir de empresas que fazem mal ao meio ambiente, simples assim.
"O cidadão é forçado a participar desse mercado de consumo selvagem, onde o importante é estar sempre comprando."
-> Forçado como? Alguém coloca uma arma na cabeça e obriga?
"A administração pública “da” dinheiro para os empresários e acionistas, mas, quando essa mesma administração pública vem cobrar de suas responsabilidades civis, as pessoas jurídicas respondem que o Estado não pode interferir no direito privado."
-> A administração pública não dá dinheiro, empresta com a finalidade dela gerar mais empregos e o Estado ganhar mais com impostos (ou você acha que empresa que crece pára de pagar imposto por ter pego dinheiro público?). Sobre responsabilidades civis, o que você quer dizer com isso, não entendi. Seria obrigar a manter emprego sem fonte de renda que a sustente? Por quanto tempo isso deveria acontecer?
"Se o empresário/acionista assume o risco do seu negócio, então viva o Estado liberal, eles não amam o liberalismo?"
-> TODO negócio inicia com dinheiro próprio, o Estado (no caso do Brasil, o BNDES) não dá dinheiro para quem quer INICIAR um negócio, então, o empresário / acionista assume o risco sim e o Estado fica apenas com a parte boa: que é o pagamento de imposto se o empreendimento der certo e se der errado, você se lasca sozinho. Quando o Estado chega para ajudar é porque o empresário já assumiu o risco, já faz algum dinheiro e provavelmente já emprega alguém e aí, no momento de crise, o Estado precisa fazer o óbvio: Não salvar o empresário, mas o emprego que ele criou. E mais, a população o Estado DÁ o dinheiro de graça (ou a galera que recebeu o Auxílio Emergencial vai devolver o dinheiro?), para esse empresário o Estado EMPRESTA com juros. Ou seja, o Estado NÃO está ajudando, está tentando salvar empregos sim, mas fazendo EMPRÉSTIMO, ou seja, vai ficar de bonzinho dizendo que está ajudando, quando na verdade o empresário está assumindo um novo risco.
O mínimo da educação financeira faria com que essas pessoas deixassem de comprar financiado, mas é um pensamento de longo prazo que o brasileiro, infelizmente não tem. E sim, esse comportamento é visto TAMBÉM entre empresário, senão as empresas não estavam quebrando ou pegando empréstimo, estariam usando capital próprio para sobreviver.
Resumo: Os juros no Brasil são altos por ter um gente que concorda em pagar. Quando o brasileiro decidir poupar para comprar, poupar para emergências e viver dentro da renda, os juros vão desabar. Mas é preciso pensar que se começar HOJE, o resultado só vai ocorrer daqui uns 20 anos.
Embora seja uma relação em que o Estado depende da empresa e vice-versa, estou para dizer que o Estado precisa mais das empresas que o contrário. A empresa tem iniciativa própria e corre atrás de cliente para oferecer produtos e serviços, o Estado só consegue por força coercitiva. Veja, não é que o Estado não deva existir, o Estado DEVE existir, mas não pode interferir no livre mercado e quanto mais o faz, mais a economia é prejudicada. Em momentos de crise, o empresário NÃO tem o poder que o Estado tem, afinal, empresas podem quebrar, mas o país não vai deixar de existir e aí cabe o Estado fazer a parte que lhe cabe: Endividar-se em nome da sociedade, de forma que o máximo de empregos seja mantido no presente e a médio e longo prazo a população pague essa conta. Esse é o papel do Estado: Não é agir sempre, mas agir quando preciso. continuar lendo
E o irônico, caro Edu, esses que criticam os empresários que pedem a intervenção do estado nas suas empresas são os mesmos que querem que o estado intervenha em tudo, tornando os banqueiros, empresários e acionistas dependentes. continuar lendo